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O que tinha no Treta 2024

Por Fabio Pereira

TLDR:
- Em ordem horária, seções do evento: 
    - Instagramável do momento 37;
    - Arena de platform fighters;
    - Palco  principal do TRT;
    - Arena retro games;
    - Palco de apresentações;
    - Espaço para vendedores;
    - Palco e-sports;
    - Estações de jogo e-sports;
    - Espaço para jogos independentes;
    - Stand de uma loja de jogos local.

    Era um dia muito quente, e pra tornar o clima mais desértico, todas as belíssimas árvores plantadas no canteiro central da avenida onde está o ginásio do Tarumã, que é onde aconteceria o evento, foram cortadas por causa de algum projeto urbanístico criminoso. Todos aqueles buracos no chão, aquela terra revirada, pedaços de concreto espalhados, tudo fervendo debaixo do sol abrasador do meio dia me fizeram sentir como em um cenário de Guerra, o que me deixou muito triste... Fui com minha cansada e guerreira motocicleta, e chegando lá, as coisas não estavam bem como eu esperava. Acontece que, no dia anterior, quando saí do shopping ali perto em que fui passear com a minha esposa, decidi passar na frente do ginásio pra planejar como estacionar a moto no dia seguinte, e tudo parecia favorável, pois havia muito espaço vago pra parar. Mas no domingo, todo esse espaço estava interditado, com cavaletes e faixas de contenção impedindo que qualquer veículo parasse por ali. Havia muitas pessoas orientando o trânsito e eu pensei: "Uau, acho que o povo realmente se planejou pra vir ao segundo dia do evento". Chegando perto de um desses cidadãos, eu perguntei, em meio à movimentação de carros, onde eu poderia deixar a minha moto. Aí o homem perguntou: "É pro evento de videogame?". Eu disse que sim, e ele me direcionou pra um estacionamento específico.

    Comecei a entender que havia algo mais ali, mas era um pensamento no fundo do meu raciocínio, porque estava mais preocupado em sair debaixo do sol escaldante. Fui pro estacionamento indicado, que me custou 15 reais pelo período. Quem tem uma moto velhinha igual à minha, não está acostumado a pagar pra estacionar em qualquer lugar, mas diante das circunstâncias, achei melhor evitar o estresse de ter que procurar um lugar pra parar sabe-se lá a que distância. Moto no lugar, comecei a procurar uma forma de entrar, e, depois de uma tentativa frustrada contornar o ginásio, percebi que teria que dar a volta na quadra pra entrar. Seguindo esse caminho, comecei a ver uma movimentação de pessoas, e me chamou a atenção o número de meninas com um vestido mais curto do que a média razoável, e daí pensei "Eita, mas esse não é bem o perfil do público da FGC". Aprendi então que, bem ao lado do Treta, haveria um show de pagode, com algum grupo possivelmente relevante a esse cenário, explicando a movimentação incomum.

    Chegando na entrada, me vi em meio a pessoas mais familiares: Nerds vestidos de forma questionável, com mochilas nas costas e, na grande maioria, homens. Ainda não é bem o público totalmente diverso que nós gostaríamos de ser, mas acho que estamos no caminho certo. Havia uns food trucks na entrada, e, apesar de serem do tipo que vendem um churro por 15 reais, pelo menos eram opções. Mas eu evito de comer em eventos, por receio de precisar recorrer a banheiros superutilizados. Entreguei o pacote de arroz, paguei minha entrada, que foi os 30 reais que me apontaram. E como eu falei na outra postagem, as pessoas que eu encontrei no shopping no dia anterior não eram da FGC. Descobri que esse evento não era apenas o Treta, mas o Encontro Paranaense de E-Sports. Havia um palco no centro da quadra, e, do ponto de vista da entrada, a metade da esquerda era do Treta e a metade da direita era para outros jogos que não de luta, como FPSs, MOBAs, RTSs e afins. Vou narrar a estrutura no sentido horário, a partir da entrada.

    Primeiro havia um painel de fundo pra quem quisesse gravar entrevistas e tirar fotos. Ao lado, tinha outro painel com a  imagem do momento 37, mas sem a Chun-li, pra que você mesmo tome o parry! Achei ótima a ideia, e teria tirado uma foto se não estivesse sozinho.

    Logo em seguida tinha a parte dos platform fighters. Era um espaço reduzido, mas bem estruturado, com palco,  telão mostrando as principais lutas e cabine de narração. Não sou adepto desse estilo, então não acompanhei essas competições.

    Ao lado estava palco principal. Ele tinha um telão bem grande, com um sistema de som e iluminação muito bons. Na frente da tela, nos extremos esquerdo e direito, haviam duas estações de jogo, em que se disputaram as partidas do top 8 dos jogos principais, e ao lado de cada estação, havia uma cabine de narração. Na área em frente ao palco ficavam as estações onde estavam sendo disputadas as pools.

Palco principal do Treta 2024, onde aconteceram os top 8 de Mortal Kombat 1, The King of Fighters XV, Tekken 8 e Street Fighter 6

    Na sequência, estava a área de competições retro, com palco, telão e estação de narração. Era a àrea mais "confusa" de todas, mas no bom sentido, pois havia uma diversidade muito grande de hardwares. De todas as áreas de jogo, ali é que parecia que o pessoal estava se divertindo mais, pois tudo parecia bem descompromissado. Parecia que todos estavam felizes apenas por  ter alguém com quem compartilhar seus jogos favoritos em um alto nível. Foi especial pra mim ver todas as disputas acontecendo nos seus hardwares originais, com as placas CPS em seus cases, ligados à TVs de tubo, uma para cada jogador no palco. Relíquias que carregam a história dessa comunidade, e que só os mais apaixonados enxergam valor.

    Ao lado, na esquina da quadra, tinha um palco, onde estavam acontecendo apresentações diversas. Teve competição de rap e concurso de cosplay, mas foi uma situação especialmente triste para os palestrantes, pois conseguir a atenção das pessoas em um evento com tantas outras atrações acontecendo ao mesmo tempo é uma tarefa ingrata. Acho importante que essas palestras existam, mas deveriam acontecer de outra forma. Por exemplo, painéis online antecedendo o evento.

    Em seguida vinha a parte dos vendedores de artefatos gamer. De principal, tinha o stand da 2nd Impact, que além dos arcade sticks incríveis, trouxeram o Arcade japonês de X-Men VS Street Fighter e o setup de PC da Chun-li. Na bancada deles também havia uma infinidade de peças: botões, alavancas, restritores e mais. Eu demorei a identificar, mas tinha uma mesa da Revolution, que, talvez pelo modelo de negócio deles, que é a fabricação de controles personalizado sob encomenda, estava bem vazia. Talvez houvessem mais, que foram vendidos no dia anterior. O que tinha lá era bem bonito, mas eram com alavanca, que não era o que eu procurava, então não me segurou a atenção. Tinha a mesa da 3rd Round, que tinha muitos controles interessantes, mas tenho a impressão de que eram todos muito monocromáticos, e eu gosto de coisas coloridas, e esta também não me segurou por muito tempo. Além desse, haviam outras mesas vendendo canecas, bonecos, camisetas, moletons e outros objetos. Sei que muitos desses itens chamam a atenção das pessoas, mas se algo não tem uma função prática, eu evito de comprar. Uma das mesas estava vendendo jogos, a Gasper Games, mas mídias físicas é algo que hoje em dia eu só compro quando aparecem oportunidades muito boas, ou quando encontro algo muito específico.

    Agora chegamos ao palco dos E-sports da galera, que tinha uma estrutura muito boa, com telão igual ao do Treta, várias estações de jogo alinhadas logo em frente e cabine de narração ao lado. Mas o que mais se destacava ali era a torcida efusiva pra o que aparentemente era o time local. Ao lado esquerdo do palco haviam vários PCs alinhados ligados em vários jogos que não me chamaram a atenção. Atrás dessas estações havia duas estações com FIFA. E um pouco mais adiante, o estande do Diesel Legacy. Tinha uma máquina de arcade pra 4 pessoas com o jogo, e mais duas estações onde foi disputado um campeonato. É um jogo que, ao vivo, é bem mais bonito que nos vídeos, e fiquei genuinamente impressionado. Eles estavam distribuindo adesivos dos personagens do jogo, mas quando cheguei lá, restavam poucos. Ao lado tinha estande da Gamescola, que é um nome que eu nunca levei a sério, então nem me aproximei.

    Por fim, havia um estande de uma loja de games local, a Xalita Games, todo tematizado de consoles PlayStation: a tela central era um PS Vita gigante, e ao redor estavam expostos várias edições especiais de consoles da família, principalmente PS2. Tinha um SNES ligado em uma TV das princesas Disney com Super Mario World e havia também jogos à venda.




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