Primeiras impressões do controle arcade Compact Box da 2nd Impact
Por Fabio Pereira
Esse é o modelo mais básico da linha Compact Box, mas mesmo sendo uma versão mais econômica, tem um acabamento muito bom. Nem de longe parece algo pobre ou feito de qualquer jeito. Meu modelo é compatível com PC, PS3 e Switch nativamente. Pra usar no PS4 parece que tem que ligar junto com um Dual Shock 4, mas como meu uso seria em PC e talvez PS3, ainda não explorei essa possibilidade. Seja como for, a primeira coisa que muda nas versões mais completas desse modelo é a placa interna que passa a ser compatível com PS4 e PS5. Também tem um modelo com fundo em acrílico em que dá pra ver a fiação interna, que nesse caso é envolvida com malha, muito bem acabado.
Falando sobre o controle em si, as medidas dele são de uns 40 cm de largura, 20 cm de altura e 5,5 cm de espessura. O gabinete é feito de MDF na cor preta com 6mm de espessura e o tampo é feito de acrílico com 3mm de espessura. A parte de baixo desse acrílico é adesivada e dá a cor do controle, o meu no caso azul metálico. Deve pesar em torno de 1kg, e pra mim ele é pesado o suficiente pra ficar estável no colo, mas não tanto que chegue a incomodar ou que seja um problema de transportar.
Os botões são estilo Sanwa, de fabricação própria, de um azul mais escuro que o do tampo, com um acabamento acetinado, que eu nunca tinha visto antes. Estranhei um pouco no começo essa textura, mas ela traz muita beleza ao conjunto. Eles são bem mais altos que os do meu controle da Hori (que pelo que pesquisei, são Sanwa originais), mas eu acho aqueles botões sensíveis demais, então não achei que iam me incomodar. Todo os botões têm 25 mm de diâmetro, menos o de pulo (ou direção pra cima), que tem 30 mm, que é o padrão pra esse tipo de controle. Ao redor dos botões existe um grafismo decorativo e que também identifica os botões seguindo o esquema de símbolos PlayStation. No canto inferior direito do tampo também tem um grafismo que identifica o fabricante e o modelo. Como esse grafismo é aplicado por debaixo do acrílico, não deve se desgastar com o uso. Na lateral de cima do controle, tem a saída USB-C, que fica em uma placa de acabamento espelhado, com uma gravação à laser da logo do fabricante, acabamento muito caprichado nessa parte. Vi que a cor dessa placa variava bastante de uma cor de controle para outra. A do meu controle é dourada (ou amarelo), mas vi outro modelo azul que tinha botões polidos e essa placa em roxo. Mas eu gostei da combinação do controle que eu escolhi, tem um ar bem refinado.
Junto com o controle vem um cabo USB-C para A de 3 metros na mesma cor do tampo, que é bem grosso, e parece de muito boa qualidade. Também vem uma flanelinha pra limpar e uma mochila-saco pra carregar tudo. É uma mochila bem simples, mas vem. O importante é que o controle não ficou em nenhum momento exposto à arranhões. Tanto a flanela quanto a mochila tem o desenho da logo da 2nd Impact e seu mascote, uma raposa lutadora. Essa mochila veio com um cheiro perfumado, que eu honestamente não sei se era intencional, porque era muito parecido com o cheiro do gelo seco que usaram no Treta. Me incomodou um pouco, mas ele vem saindo com o passar do tempo.
Demorei mais de uma semana pra conseguir usar o controle pela primeira vez, impedido por alguns infortúnios. No dia em que consegui parar pra fazer o teste, estava ativo o passe de luta que antecedia a chegada de Terry Bogard ao Street Fighter 6. Então fui eu munido de meu controle hardcore grindar kudos pra juntar roupinhas pro meu boneco do World Tour. Não poderia ser melhor...
O controle não vem acompanhado de nenhum manual, mas a vendedora me passou através do WhatsApp da empresa um link de um vídeo explicativo de como fazer sua configuração, e pra download do manual digital, além de umas dicas com cuidados básicos com o produto. Fiquei um pouco surpreso de como a vendedora reforçou pra não deixar o controle exposto por muito tempo ao sol. Parece que é um problema que acontece bastante... A configuração não foi necessária, pois os padrões de fábrica já atendiam a minha necessidade. Mas se for preciso trocar de plataforma, a combinação de botões pra alternar entre os modos é simples. O mesmo vale pro tipo de SOCD, que é o modo como o controle irá registrar os comandos de direção se for pressionada mais de uma simultaneamente. No padrão da Capcom, por exemplo, apertar o botão de esquerda e direita ao mesmo tempo resultará em neutro.
Achei que ia estranhar bastante quando fosse usar o controle sem alavanca pela primeira vez, mas a transição foi bem natural. Talvez por já imaginar como seria há bastante tempo. Quem olha um controle desse pela primeira vez, sempre acha que vai ser super complexo, que nunca vai conseguir usar, mas é menos complicado do que parece. A melhor comparação que posso fazer é como quando se está aprendendo a andar de moto. Usar os pés e as mãos simultaneamente pra controlar o veículo parece impossível no começo, mas depois de um tempo passa a ser natural.
Fazer os golpes especiais é bem fácil, tanto que percebi que tinha que desacelerar os movimentos pra que o jogo aceitasse melhor os meus comandos. Tanto o Hadouken quanto o Shoryuken saem com facilidade se respeitada a velocidades de input. O mesmo vale pra meio círculo. O que não dá pra fazer com facilidade, sem surpresa, é o 360. Consegui fazer alguns, mas exigem muito esforço e consciência das mãos. Fazer um duplo 360 para dar um super parece impossível. Movimentos que dependem de um toque duplo ficaram muito mais fáceis, como por exemplo o Drive Rush, que depende de ativar o Drive Parry e dar dois toques pra frente. Golpes que dependem de carregamento eu acabei não testando porque não gosto muito de personagens desse tipo. Admiro muito pessoas que tem habilidade com esse tipo de lutador.
Porém algo que se tornou mais difícil no começo foi pular. Por reflexo, acabo apertando o botão que aponta pra baixo, que está no topo do layout de botões. Por causa disso, acabo usando muito menos ataques aéreos na luta. Mas isso era algo que eu esperava que acontecesse, e que, de certa forma, eu queria que acontecesse. Porque eu tenho me esforçado pra aprimorar meu jogo neutro, e pular é um vício infantil que é difícil de corrigir. Minha expectativa é que esse tipo de controle venha a coibir esse comportamento. Mas ao mesmo tempo vai exigir de mim mais consciência durante a luta pra lembrar que essa opção está lá e depende de uma mudança de comportamento.
Esse foi o começo, e vou reavaliar essas impressões com o tempo. Claro que, como eu não sou um profissional e joguei só no modo World Tour, minha opinião não pode ser considerada técnica. Apenas o relato de uma experiência que pode ser útil pra você que está pensando em comprar um controle do mesmo tipo.
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